Uma mensagem que juntou 20 cozinheiras a fazer comida "com amor" para quem não a tem

João Carlos Malta, Joana Bourgard, Rodrigo Machado (ilustrações) e João Antunes (desenvolvimento)

Mónica Reis sentia-se angustiada. Não lhe saía da cabeça quem nada tinha para comer. Estávamos em março de 2020, e a maioria dos restaurantes fechou. Por isso, a Refood ao pé de casa dela deixou de funcionar. Não ficou quieta, e pela primeira vez lançou-se de mãos e tachos ao voluntariado.

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2.1

"Tudo o que precisam de fazer é uma, ou quantas quiserem, refeições a mais, no vosso dia-a-dia, e congelarem em caixas."

"Tudo o que precisam de fazer é uma, ou quantas quiserem, refeições a mais, no vosso dia-a-dia, e congelarem em caixas."

2.2

Com uma mensagem, Mónica, de 52 anos, juntou um grupo de 18 a 20 cozinheiras. Há quase um ano que todas as semanas preparam cerca de 400 refeições.

2.3

"Às vezes as pessoas põem corações nas tampas das caixas. É mesmo de mim para si."

"Às vezes as pessoas põem corações nas tampas das caixas. É mesmo de mim para si."

2.5

Todos os voluntários do grupo de Mónica confecionam as refeições com ingredientes próprios. As pessoas estão contentes por poderem fazer parte da solução.

Todos os voluntários do grupo de Mónica confecionam as refeições com ingredientes próprios. As pessoas estão contentes por poderem fazer parte da solução.

2.6

Todas as sextas, Mónica pega no carro e faz a ronda para recolher as “caixinhas” de comida.

2.7

As refeições seguem já congeladas, prontas a serem armazenadas na Associação Souma.

2.8

A Souma nasceu em 2017 e ajuda agora mais de 370 pessoas. Antes da pandemia eram 12. Há muitas crianças a precisarem de apoio para terem uma refeição.

2.9

Na chegada à associação, mais de uma dezena de voluntários destribuem-se pelas várias tarefas.

2.10

A Souma prepara cabazes idealizados para durarem uma semana. São personalizados de acordo com as caraterísticas das famílias e as restrições alimentares ou de saúde. A seguir, são entregues nas casas das pessoas. A ideia é dar dignidade à ajuda.

2.11

"É muito complicado. Um dia estamos em casa com os nossos filhos e está tudo bem. No outro temos de ter comida a entrar pela porta. "

2.12

"Isto exige uma grande logística, mas todas as semanas as pessoas fazem as refeições e às vezes recebemos mensagens de volta a dizer que nunca comeram tão bem na vida."

"Isto exige uma grande logística, mas todas as semanas as pessoas fazem as refeições e às vezes recebemos mensagens de volta a dizer que nunca comeram tão bem na vida."

2.13