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Estas são as personalidades e os acontecimentos de 2019 ordenados pelos utilizadores e ouvintes da Renascença.

Explore a Radiografia do ano: leia os textos, veja os vídeos, experimente os gráficos.

  • Papa Francisco

    Papa Francisco

    O Papa continuou a atacar de frente o problema dos abusos na Igreja com uma cimeira em que foram aprovadas orientações e novas regras, como a obrigatoriedade da denúncia e o afastamento de pessoas envolvidas. O Papa acolheu, também, o Sínodo da Amazónia. O documento final propõe a ordenação sacerdotal de diáconos casados, tendo em vista a celebração dominical da Eucaristia nas regiões “mais remotas” da Amazónia. Francisco pretende também reabrir a comissão que debateu a possibilidade de ordenação diaconal de mulheres. A confirmar-se, será um passo histórico. Do Sínodo da Amazónia também saiu uma forte mensagem em defesa do ambiente, dos povos indígenas e o apelo a que se evitem “colonialismos” do passado. O Papa começou o ano com uma visita ao Panamá, para a Jornada Mundial da Juventude, onde foi anunciado que Portugal vai organizar o encontro de 2022. Foi a vários países árabes, ao Leste da Europa e esteve em Moçambique, meses depois da devastação causada pelo ciclone Idai. Na antiga colónia portuguesa apelou à reconciliação e à paz, em ano de eleições. No Japão, denunciou os horrores da guerra e do nuclear.


  • Greta Thunberg

    Greta Thunberg

    “Skolstrejk för Klimatet” (Greve escolar pelo clima). Foi com esta frase e um cartaz que a jovem Greta Thunberg começou a protestar, sozinha, em frente ao parlamento sueco. Era o início de um movimento mundial que inspirou milhões de jovens e adultos preocupados, mas também enfureceu uma legião de críticos. Greta Thunberg, a adolescente de 16 anos tornada símbolo, tem percorrido o mundo a passar a mensagem: o planeta está a definhar e é preciso agir rápido. Na Cimeira da Ação Climática da ONU, em Nova Iorque, acusou os líderes mundiais de inação no combate às alterações climáticas. "Vocês roubaram os meus sonhos e a minha infância com as vossas palavras vazias”, disse em tom dramático. O Presidente norte-americano, Donald Trump, negacionista das alterações climáticas, gozou com Greta e levou resposta em tom irónico. A jovem sueca deixou o continente americano e cruzou o Atlântico num barco à vela, por razões ambientais. Passou por Portugal, a caminho da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP 25), em Madrid. À chegada a Lisboa deixou novo aviso aos decisores políticos: “estão a subestimar a força das crianças zangadas”.


  • Boris Johnson

    Boris Johnson

    Demitiu-se de chefe da diplomacia do Governo britânico para voltar um ano depois pela porta grande, como primeiro-ministro. Boris Jonhson sucedeu a Theresa May, que saiu após o "seu" acordo para o Brexit ser chumbado pelos deputados. O excêntrico e sagaz Boris entrou em Downing Street como um furacão e jurou que o Reino Unido ia separar-se da UE até 31 de outubro, a bem ou a mal, com ou sem entendimento. Determinado, chegou a dizer que preferia “morrer numa valeta” a ver o divórcio com a UE adiado outra vez. Conseguiu o novo acordo com a Europa, mas o Brexit voltou a derrapar para 31 de janeiro de 2020. Boris ainda tentou uma jogada arriscada: suspender o Parlamento por umas semanas. Acabou travado pelo Supremo. Não colocou os  deputados fora de jogo, mas conseguiu eleições antecipadas. O líder dos conservadores arriscou e ganhou as legislativas com maioria absoluta. Conseguiu um resultado ao nível de Margaret Thatcher e arrasou o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, que averbou o pior derrota em quase um século. Boris Jonhson, praticamente, garantiu que o seu acordo de saída da UE vai receber luz verde no novo Parlamento, mas são muitos os desafios no caminho do rapaz que queria ser "Rei do Mundo", mas tem que se contentar em ser primeiro-ministro.

  • Ursula von der Leyen

    Ursula von der Leyen

    Alemã, mãe de sete filhos, delfim de Angela Merkel. A nova presidente da Comissão Europeia sucede a Jean-Claude Juncker e tem na sua equipa a portuguesa Elisa Ferreira, comissária da Coesão e Reformas. O combate às alterações climáticas é uma das grandes prioridades de Ursula von der Leyen, que apresentou um ambicioso Pacto Verde, que comparou ao “momento homem na Lua da Europa”. A primeira mulher a chefiar a Comissão Europeia inicia o mandato num contexto desafiante, devido a problemas como o Brexit, o crescimento dos movimentos populistas de extrema-direita, as guerras comerciais dos Estados Unidos e a tendência de arrefecimento das economias mundiais. Também houve mudanças na liderança do Banco Central Europeu. Saiu o italiano Mario Draghi, entrou a francesa Christine Lagarde, que deixou o FMI. Este foi um ano de eleições europeias. Em Portugal venceu o PS e o PSD ficou em segundo lugar, seguido do BE, PCP, CDS e PAN, uma estreia no Parlamento Europeu. No resto da Europa, os verdes e os eurocéticos ganharam votos e a extrema-direita ganhou em França e Itália. 


  • António Guterres

    António Guterres

    "As consequências já se estão a fazer sentir. Se não mudarmos a nossa vida, podemos já não ter vida para mudar". Foi com este apelo que o secretário-geral das Nações Unidas abriu a Cimeira do Clima, em Madrid. António Guterres tem sido um dos líderes do movimento de combate às alterações climáticas. O encontro de Madrid tenta fixar metas mais ambiciosas de redução de emissões. Foi antecedido pela Cimeira da Ação Climática, em Nova Iorque, também convocada pelo secretário-geral da ONU. Estados Unidos, Brasil e Japão não marcaram presença, nada que faça parar Guterres. O português foi capa da revista “Time”. Na fotografia, aparece vestido de fato e gravata, com água pelos joelhos. O momento foi registado em Tuvalu, um arquipélago do Pacífico que corre o risco de desaparecer com a subida do nível do mar resultante do aquecimento global. António Guterres esteve na primeira linha da solidariedade e da pacificação, em tragédias como o ciclone Idai, que devastou o centro de Moçambique, o furacão Dorian nas Bahamas ou o atentado terrorista na Nova Zelândia. O homem com o “emprego mais difícil do mundo”, que ficou conhecido pela frase "é fazer as contas", tem que lidar com dificuldades financeiras nas Nações Unidas, devido a atrasos nos pagamentos dos países, e foi obrigado a avançar com medidas de austeridade.


  • Nancy Pelosi

    Nancy Pelosi

    “Ninguém está acima da lei”. Nem que essa pessoa se chame Donald Trump e seja Presidente dos Estados Unidos. Foi assim que a democrata Nancy Pelosi anunciou a abertura de uma investigação com vista à destituição de um dos homens mais poderosos do mundo. A presidente da Câmara dos Representantes, de 79 anos, explicou que em causa está a suspeita de que Trump pressionou o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenski, a investigar o adversário democrata Joe Biden, em troca do descongelamento de milhões de dólares em ajuda militar. O Presidente confirmou o telefonema, mas garante que não houve “quid pro quo”, ou seja, não retirou qualquer contrapartida. Trump acusa Pelosi e a oposição democrata de “caça às bruxas”. Mas durante as audições na Câmara dos Representantes ficou em maus lençóis com o testemunho da ex-embaixadora na Ucrânia. Marie Yovanovitch disse ter sido afastada de forma irregular e “alvo de uma campanha de difamação” por ser vista como um obstáculo à agenda do Presidente. Durante o testemunho, Trump atacou a diplomata no Twitter. Pelosi deu ordens à comissão jurídica para avançar com o processo de destituição, que será votado por todos os membros da câmara. “Os fatos são incontestáveis” e apontam para uma situação de abuso de poder por parte do Presidente, concluiu líder democrata. A bóia de salvação de Trump poderá ser agora o Senado, onde os republicanos têm maioria.

  • Jair Bolsonaro

    Jair Bolsonaro

    No primeiro ano na Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro lidou, à sua maneira, com os maiores incêndios dos últimos tempos na Amazónia. Demitiu o diretor do instituto que revelou o aumento da área ardida, culpou as ONGs e até o ator norte-americano Leonardo DiCaprio. Também chamou "pirralha" a Greta Thunberg. Nas Nações Unidas, disse que a Amazónia não é património da Humanidade nem está a ser devastada pelo fogo, contra todas as evidências. Entretanto, prepara uma lei para autorizar a exploração de terras indígenas no “pulmão do planeta”. O seu ministro do Ambiente diz que as alterações climáticas não são prioridade. A primeira visita ao estrangeiro do “Trump dos Trópicos” foi a Washington, onde manifestou a sua admiração pelo Donald Trump americano, que meses depois aplicou tarifas ao aço e alumínio brasileiros. O militar na reserva avançou com uma reforma da Segurança Social, facilitou a posse de armas, fez cortes no ensino superior e tentou colocar filho como embaixador em Washington, mas recuou perante a polémica. Deixou o partido PSL, fundou a Aliança pelo Brasil e viu o seu “némesis” Lula da Silva ser libertado da prisão. Um “canalha” que “está livre mas carregado de culpa”, nas palavras de Bolsonaro.


  • Xi Jinping

    Xi Jinping

    O Presidente chinês tem mantido um braço de ferro com o homólogo norte-americano numa guerra comercial, que já começou em 2018. As partes parecem agora mais perto de um entendimento e, segundo algumas fontes, “está tudo tratado, só falta assinar”. No entanto, as ameaças de sanções económicas têm pairado de parte a parte e chegaram mesmo a ter efeitos em empresas como a Huawey ou a Google, por exemplo. Xi Jinping já não é apenas aquele parceiro que todos querem para fazer negócios e salvar economias, é agora também o líder de uma grande potência que alargou a sua influência a todo o mundo, em África, mas também em muitos países europeus. À influência económica global junta o reforço do poderio militar. No entanto, nem tudo corre de feição a nível interno e os “ventos da Democracia” em Hong Kong estão a causar embaraços a Xi Jinping que já teve declarações bastante ameaçadoras para os líderes das manifestações que há meses percorrem as ruas: “qualquer tentativa de dividir a China em qualquer parte do país acabará com corpos esmagados e ossos partidos”, foi uma das frases mais marcantes.

  • Emmanuel Macron

    Emmanuel Macron

    Com Angela Merkel de saída na Alemanha e a Inglaterra de saída da Europa, a União Europeia está em crise de liderança e é Emmanuel Macron, jovem Presidente francês, a querer tomar as rédeas. Nos últimos meses deu várias entrevistas a deixar claros os seus pontos de vista sobre o espaço europeu: por um lado, disse que a França tem preferência pelos imigrantes das suas ex-colónias e que quer proteger fronteiras; por outro, deixa críticas a Trump e alerta que a NATO está em “morte cerebral”. Ao mesmo tempo, tenta equilíbrios mais ou menos impossíveis entre críticas à China ou à Rússia e o desejo de fazer negócios com esses países. De tal forma que, na comitiva para a Exposição Internacional de Importações em Xangai, Macron levou uma ministra alemã e um comissário europeu. O Presidente gaulês foi também decisivo na construção da nova Comissão Europeia liderada pela alemã Ursula von der Leyen, nome que terá sido sugerido por Paris. Apesar do comissário francês ter sido inicialmente chumbado, a França acaba por ficar com três áreas importantes: defesa, indústria e digital.

  • Crise climática mundial

    Crise climática mundial

    A luta contra as alterações climáticas ganhou um novo fôlego ao longo de 2019, impulsionada pela ativista Greta Thunberg e pelos milhões que, em todo o mundo, aderiram aos protestos contra a “inação dos políticos”, como disse jovem sueca nas Nações Unidas. O ano foi de contrastes. Enquanto os Estados Unidos saltavam fora do Acordo de Paris, o Parlamento Europeu declarou emergência climática e a nova presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, apresentou um ambicioso “Acordo Verde”, com 50 medidas para acelerar as metas de redução das emissões de dióxido de carbono. O Papa Francisco foi uma voz em defesa das causas ambientais e o secretário-geral da ONU, António Guterres, organizou a Conferências das Mudanças Climáticas, de onde poderão sair progressos para tentar limitar o aquecimento global. Foram vários os fenómenos extremos que fizeram soar os alarmes, desde grandes incêndios na Amazónia, Califórnia, Canárias, Austrália e noutros pontos do planeta, poluição na índia, inundações históricas em Veneza, o ciclone Idai em Moçambique ou o furacão Dorian, que arrasou as Bahamas. Uma onda de calor atravessou França e o Norte da Europa. O mês de julho entrou para a história como o mais quente de sempre e as emissões vão bater um novo recorde em 2019. Os cientistas alertam para a diminuição do oxigénio nos oceanos e para o milhão de espécies em risco de extinção.


  • Incêndio em Notre-Dame

    Incêndio em Notre-Dame

    Património da Humanidade e séculos de história destruídos pelo fogo em poucas horas. A 15 de abril, a catedral de Notre-Dame, em Paris, foi consumida pelas chamas. O incêndio deflagrou no sótão de um dos monumentos mais visitados do mundo. O icónico edifício do século XII estava em obras de restauro. O fogo destruiu o telhado da nave central e o pináculo, mas ninguém ficou ferido. Enquanto 400 bombeiros lutavam contra o fogo, foi lançada uma operação para salvar as obras que estavam no interior de Notre-Dame. Os investigadores afastam mão criminosa, mas admitem negligência. Um cigarro mal apagado ou problema elétrico são as causas mais prováveis. O Papa Francisco expressou grande tristeza e elogiou os que arriscaram a vida a combater as chamas. O Presidente francês promete reconstruir a catedral em cinco anos e foi lançado um concurso internacional. São esperados 800 milhões de euros em doações de mecenas. A Oriente, as chamas destruíram parte do castelo de Shuri, no Japão. O monumento construído em madeira, há 500 anos, é Património da Humanidade. O fogo atingiu o edifício principal. Apenas as fundações ficaram de pé.


  • Protestos em Hong Kong

    Protestos em Hong Kong

    As manifestações em Hong Kong, antiga colónia britânica tornada região especial administrativa da China, começaram no final de março. Primeiro contra a lei da extradição para a China - que acabou por ser retirada - e depois em defesa da democracia contra a intromissão de Pequim. Em seis meses houve várias explosões de violência. Numa delas um estudante foi baleado à queima roupa. Morreram pelo menos 11 pessoas, 2 .600 ficaram feridas e seis mil foram detidas. “Cinco exigências: nem uma a menos” é o lema das manifestações que juntam milhares de pessoas. A retirada da polémica lei da extradição foi a primeira vitória. Faltam quatro: libertação dos manifestantes detidos, que as ações durante os protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e o sufrágio universal em eleições para eleger os governantes da região. Os protestos na pequena região de Hong Kong continuam e não têm fim à vista, sob olhar atento da poderosa China.

  • Crise na América Latina

    Crise na América Latina

    A América Latina está em brasa. Desde logo na Venezuela, onde o líder da assembleia nacional, Juan Guaidó, contestou a legitimidade do Presidente Nicolás Maduro e assumiu a presidência interina do país. Guaidó foi reconhecido pelos Estados Unidos e pela UE - Portugal incluído -, mas Maduro não caiu, apoiado pelos militares e pela Rússia. O impasse continua num país em coma económico profundo e com uma vasta comunidade portuguesa. No Chile, o aumento do preço dos transportes foi o rastilho que fez explodir o descontentamento da população e obrigou o Governo a fazer reformas e a mexer na Constituição do tempo do ditador Augusto Pinochet. No Equador, a contestação violenta só parou quando o Governo repôs o subsídio aos combustíveis. Na Bolívia, o Presidente Evo Morales foi forçado a fazer as malas e a deixar o país após vencer umas eleições contestadas por oposição e militares. Mas promete voltar.


  • Ciclone “Idai” em Moçambique

    Ciclone “Idai” em Moçambique

    Pela primeira vez, Moçambique foi atingido por dois ciclones na mesma estação. Em março, o “Idai” fez mais de 600 mortos, mais de 1.600 feridos e deixou cerca de dois milhões de pessoas a necessitar de ajuda humanitária. O “Idai” também fez vítimas e grandes estragos especialmente no Zimbabué (634) e no Malawi (60) fazendo o número total de mortos ultrapassar os 1.300. Logo no final de abril o “Kenneth” também atingiu Moçambique matando quase 50 pessoas. Após a destruição direta, vieram as doenças - nomeadamente a cólera - e as colheitas destruídas o que obrigou a uma mega operação de solidariedade que chegou de todo o mundo, incluindo Portugal. Já em setembro o “Dorian” arrasou as Bahamas. Chegou como categoria 5 (a mais alta da escala) e é um dos ciclones mais fortes de sempre a ser registado no país, com rajadas de vento acima dos 300 quilómetros/hora. O “Dorian” passou ainda por outros países da zona, causou milhões de euros de prejuízo e fez dezenas de mortos.


  • Cimeira dos abusos e sínodo da Amazónia

    Cimeira dos abusos e sínodo da Amazónia

    O Papa Francisco convocou uma cimeira e anunciou novas regras contra abusos e pedofilia na Igreja Católica. Da cimeira de fevereiro saiu um conjunto de oito orientações, como a proteção das crianças, prioridade absoluta às vítimas, entregar à justiça os suspeitos e uma aposta na formação dos seminaristas. O Papa comparou os abusos ao sacrifício de crianças e aprovou novas regras contra a pedofilia na Igreja, que passam pela obrigatoriedade da denúncia e afastamento de pessoas envolvidas em casos de abusos. A Igreja portuguesa começou a pôr as orientações em prática. O Patriarcado de Lisboa, por exemplo, criou uma Comissão para a Proteção de Menores, para analisar e responder a casos de abuso. Num sinal de mudança, o Vaticano decidiu aplicar, pela primeira vez, a pena da redução ao estado laical ao ex-cardeal Theodore McCarrick, condenado por abusos sexuais. O cardeal George Pell, o antigo responsável pelas Finanças do Vaticano que foi condenado na Austrália a seis anos de prisão por abusos, recorreu da sentença. Noutro plano, o Vaticano acolheu o Sínodo da Amazónia. Uma forte mensagem de preservação da natureza e das populações locais e uma proposta para que diáconos casados possam ser ordenados padres naquela região remota, foram algumas das conclusões. O Papa anunciou, ainda, a intenção de reabrir a comissão que debateu a possibilidade de ordenação diaconal de mulheres.


  • “Impeachment” a Trump

    “Impeachment” a Trump

    O Presidente norte-americano foi alvo de uma tentativa de “impeachment”, por alegadas pressões à Ucrânia para investigar o adversário democrata Joe Biden. Já em dezembro, a oposição decidiu avançar com a acusação formal do processo. A decisão foi tomada na sequência da divulgação do relatório aos inquéritos e investigações feitos nos últimos meses. Após analisarem o documento da Comissão dos Serviços Secretos da Câmara de Representantes, os democratas avançam com duas acusações: abuso de poder - ao colocar os seus interesses à frente dos interesses do país - e obstrução às tentativas do Congresso de o investigar. Suborno também chegou a estar em cima da mesa, mas não houve consenso entre os próprios democratas. A votação na Câmara de Representantes pode acontecer ainda antes do Natal. Basta maioria simples, mas a decisão transitará sempre para o Senado, onde aí os republicanos têm maioria e onde um processo de “impeachment” só passará com uma maioria de dois terços. Já antes, o chamado “relatório Mueller” sobre a alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 não ilibou Donald Trump, apesar de também não ter sido confirmada matéria para acusação.


  • Morte do líder do Estado Islâmico e traição aos curdos

    Morte do líder do Estado Islâmico e traição aos curdos

    Depois de ter perdido o seu território, o Estado Islâmico perdeu o líder e fundador. Abu Bakr al-Baghdadi, o homem mais procurado do mundo, morreu a 27 de outubro, numa operação das forças especiais norte-americanas, na cidade de Barisha, na província síria de Idlib. O Presidente Donald Trump anunciou a morte do terrorista iraquiano no Twitter e, depois, numa declaração ao país. A morte do líder terrorista foi conhecida semanas depois de os Estados Unidos retirarem as tropas do nordeste da Síria. A decisão abriu a porta a uma incursão militar da Turquia contra os curdos, aliados do Ocidente na guerra contra o Estado Islâmico, mas considerados terroristas para o governo de Ancara. Abandonados pelos EUA, como já tinha acontecido em 1991, os curdos fizeram uma aliança com a Rússia e a Síria. A operação turca provocou pelo menos 300 mil refugiados. O sonho da fundação de um Estado curdo continua adiado.


  • Espanha. Da extrema-direita ao "Tsunami Democràtic"

    Espanha. Da extrema-direita ao "Tsunami Democràtic"

    Duas eleições legislativas, a subida da extrema-direita e a condenação de independentistas catalães deixaram Espanha mergulhada numa crise política. O PSOE venceu as eleições de abril sem maioria absoluta. Pedro Sanchéz tentou fazer uma “geringonça” com o Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, mas não foi possível. Novas eleições em novembro e um triunfo ainda mais curto dos socialistas. Desta vez, PSOE e Podemos entenderam-se, no entanto, precisam de mais apoios. O escrutínio ficou marcado pela "implosão" eleitoral do Cidadãos e pela grande subida do Vox, de extrema-direita, que se tornou na terceira força política. Para complicar ainda mais o cenário, entre as duas eleições o Supremo Tribunal condenou políticos e ativistas catalães a penas entre os 9 e os 13 anos de prisão, pelos crimes de sedição durante o referendo independentista de 2017. A sentença provocou uma onda de contestação na Catalunha, convocada pelo movimento "Tsunami Democràtic", com milhares nas ruas e "explosões" de violência. Polémica foi também a trasladação dos restos mortais do ditador Franco, do mausoléu do Vale dos Caídos para um cemitério de Madrid.

  • Migrantes encontrados mortos em camião

    Migrantes encontrados mortos em camião

    Trinta e nove migrantes do Vietname foram encontrados sem vida a 10 mil quilómetros de casa, num contentor frigorífico de um camião, em Inglaterra. O caso chocou o mundo e foi mais um alerta para os milhares de pessoas que todos os anos perdem a vida a tentar chegar à Europa, às mãos das redes de tráfico de seres humanos. A situação nos campos de migrantes da Grécia degradou-se e aconteceram tumultos devido à falta de condições. A Itália continuou a apertar o cerco à entrada de barcos salva-vidas no Mediterrâneo, até ao afastamento do vice-primeiro-ministro, Matteo Salvino, de extrema-direita. Na Líbia, um centro de acolhimento foi bombardeado. Mais de 50 pessoas morreram e 130 ficaram feridas.


  • Colapso da barragem de Brumadinho

    Colapso da barragem de Brumadinho

    É um dos maiores desastres com barragens de resíduos de exploração mineira. A represa de Brumadinho, no estado brasileiro de Minas Gerais, rebentou a 25 de janeiro. Uma torrente de 12 mil milhões de metros cúbicos de lama e resíduos levou tudo à frente. O balanço foi trágico: 257 pessoas morreram e 13 ainda estão desaparecidas. A barragem era operada pela empresa Vale, que já pagou 37,5 milhões de euros em indemnizações e prometeu desmantelar várias barragens. Além das vidas humanas que se perderam, o impacto ambiental e as consequências para a saúde da população da região vai perdurar por vários anos. Vários engenheiros e funcionários da Vale chegaram a ser detidos. A Agência Nacional de Mineração considera que a tragédia podia ter sido evitada, mas a empresa escondeu os problemas na barragem.


  • Atentados terroristas

    Atentados terroristas

    Foi um dos dias mais sombrios da história da Nova Zelândia. A 15 de março, um supremacista branco, fortemente armado, atacou duas mesquitas na cidade de Christchurch. Um total de 51 pessoas morreram e 46 ficaram feridas. O massacre foi transmitido em direto nas redes sociais e o responsável capturado. Foi identificado como Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos. Num manifesto assume-se como fascista e nacionalista, e olha para os imigrantes como "escravos" Meses depois, um atirador matou 22 pessoas em El Paso, nos EUA, inspirado no massacre de Christchurch. No meio da dor emergiu uma força do bem. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, acompanhou as comunidades enlutadas,  não hesitou em denunciar o atacante como um “terrorista” e fez aprovar uma lei que proíbe a venda de armas de assalto. Um mês depois, o terror chegou em pleno Domingo de Páscoa. Atentados bombistas contra três igrejas católicas e quatro hotéis do Sri Lanka provocaram 258 mortos, entre os quais um português. Os ataques foram levados a cabo por radicais islâmicos. Na Europa, "jihadistas" mataram três mortos na cidade holandesa de Utrecht e feriram 13 em Lyon, França. No final de novembro, o terror voltou à Ponte de Londres. Um homem armado com uma faca fez dois mortos e três feridos. Foi dominado graças à coragem de populares e abatido pela polícia. O atacante já tinha sido condenado por terrorismo. Países como Somália, Afeganistão, Quénia, Mali e Nigéria também sofreram com ataques extremistas.